A falta desse anonimato retirou-me o prazer da coisa. Já escrevia a pensar nas mentes de quem o poderia ler. Que iria aquela pessoa pensar, ou a outra. Auto-flagelei-me por, a pouco e pouco, ir contando a este e àquele "este é o meu blogue". Quando o fiz, acreditei, inocentemente, que não tinha nada a esconder, que os textos deixaram de ser meus, assim que os pusesse à mercê do mundo, numa página de internet. Acreditei que uns se identificariam, outros odiaram, e outros, ainda, não entenderiam. Aquilo com que não contei foi com aqueles que mais que ao prazer da leitura, se dedicaram à leitura da autora, tentando, não ver através de mim, mas por dentro de mim. Senti-me nua.
Dizem que espirito de autora é isso mesmo. Passar ao lado do julgamento, ignorar as teorias "conspiradas" e conseguir manter o espirito crítico, num mundo paralelo ao da curiosidade alheia. Talvez essa seja apenas mais uma das razões pelas quais não me posso considerar autora. Talvez seja apenas falta de inteligência emocional. Talvez sejam demasiados telhados de vidro. Não era para mim.
Sem comentários:
Enviar um comentário